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11.12.2017 - 09H43
Esquecimento do passado - Enviado por Francisco Augusto

Esquecimento do passado - Enviado por Francisco Augusto

 

Em vão se argumenta que o esquecimento constitui obstáculo a que se possa aproveitar da experiência de vidas anteriores.

 Havendo Deus entendido de lançar um véu sobre o passado, é que há nisso vantagem.

 Com efeito, a lembrança traria gravíssimos inconvenientes.

 Poderia, em certos casos, humilhar-nos singularmente, ou, então, exaltar-nos o orgulho e, assim, entravar o nosso livre-arbítrio.

 Em todas as circunstâncias, acarretaria inevitável perturbação nas relações sociais.

 Frequentemente, o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito.

 Se reconhecesse nelas as a quem odiara, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo.

 De todo modo, ele se sentiria humilhado em presença daquelas a quem houvesse ofendido.

 Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas.

 Priva-nos do que nos seria prejudicial.

 Ao nascer, traz o homem consigo o que adquiriu, nasce qual se fez; em cada existência, tem um novo ponto de partida.

 Pouco lhe importa saber o que foi antes: se se vê punido, é que praticou o mal.

 Suas atuais tendências más indicam o que lhe resta a corrigir em si próprio e é nisso que deve concentrar-se toda a sua atenção, porquanto, daquilo de que se haja corrigido completamente, nenhum traço mais conservará.

 As boas resoluções que tomou são a voz da consciência, advertindo-o do que é bem e do que é mal e dando-lhe forças para resistir às tentações.

 Aliás, o esquecimento ocorre apenas durante a vida corpórea.

 Volvendo à vida espiritual, readquire o Espírito a lembrança do passado; nada mais há, portanto, do que uma interrupção temporária, semelhante à que se dá na vida terrestre durante o sono, a qual não obsta a que, no dia seguinte, nos recordemos do que tenhamos feito na véspera e nos dias precedentes.

 E não é somente após a morte que o Espírito recobra a lembrança do passado.

 Pode dizer-se que jamais a perde, pois que, como a experiência o demonstra, mesmo encarnado, adormecido o corpo, ocasião em que goza de certa liberdade, o Espírito tem consciência de seus atos anteriores; sabe por que sofre e que sofre com justiça.

 A lembrança unicamente se apaga no curso da vida exterior, da vida de relação.

 Mas, na falta de uma recordação exata, que lhe poderia ser penosa e prejudicá-lo nas suas relações sociais, forças novas haure ele nesses instantes de emancipação da alma, se os sabe aproveitar.

 

O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cp. V. (Bem-aventurados os aflitos)